quinta-feira, 13 de dezembro de 2012

Aécio acusa governo federal de provocar o "aniquilamento" da Federação


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Por Fernando Exman | De Brasília/ Valor Econômico

Potencial candidato do PSDB à Presidência da República, o senador Aécio Neves (MG) voltou ontem a criticar a presidente Dilma Rousseff e o modo do PT de governar. Sem citar nomes, o tucano criticou a visão "messiânica" em relação a investimentos na área social, e disse que uma gestão pública eficiente garante melhores resultados à população. Ele acusou também o Executivo de ser "pouco generoso" com Estados e municípios e de estar provocando um "aniquilamento" da Federação.

O palco das críticas foi a abertura do Congresso Brasileiro de Gestão Pública Municipal e da XIII Conferência das Cidades. O evento foi realizado com o apoio da frente parlamentar mista para o fortalecimento da gestão pública, grupo suprapartidário do qual Aécio é vice-presidente. "Não existe maior medida de alcance social que a boa aplicação do dinheiro público", destacou o parlamentar. "É apenas a gestão eficiente que produz resultados sociais efetivos."

Na visão de Aécio, a administração pública deve estar apoiada num tripé formado pela meritocracia e qualificação da burocracia, uma transparência que dê ao gestor o apoio da população até mesmo na execução de medidas impopulares e a definição de metas. O senador defendeu o pagamento de bônus aos servidores públicos, caso essas metas sejam alcançadas. "Com isso, você constroi uma relação proativa."

Ex-governador de Minas Gerais, Aécio Neves alertou que a concentração da arrecadação tributária nas mãos da União e o aumento das responsabilidades de Estados e municípios têm provocado um "aniquilamento" da Federação. "Os municípios estão virando administradores de folhas de pagamento", frisou. "Os prefeitos precisam se articular com o Congresso Nacional para construirmos juntos a agenda da federação."

Em entrevista a jornalistas antes de o evento começar, Aécio foi além. De acordo com o senador, as falhas de gestão do governo Dilma Rousseff vão ficando cada vez mais claras. Cabe à oposição apontá-las à sociedade, anotou. Ele citou o "crescimento pífio" da economia e a existência de falhas no combate aos gargalos no setor de infraestrutura, além da falta de ousadia do governo para realizar as grandes reformas estruturais.

Subindo o tom, o tucano afirmou também que o Executivo não pode mais terceirizar responsabilidades. Mesmo sofrendo os efeitos da crise financeira internacional, argumentou Aécio, os Estados Unidos devem crescer mais que o Brasil neste ano. Ele também citou previsões de que o Produto Interno Bruto brasileiro será inferior ao da maioria dos países sul-americanos. "Isso é responsabilidade de quem? Do governo do PT, porque não dá mais para transferir responsabilidades para governos anteriores. A herança bendita do governo do presidente Fernando Henrique está acabando. Agora, o PT vive, infelizmente, os resultados e as consequências da herança maldita do governo Lula para o governo Dilma", disparou.

No mesmo evento, o presidente do Conselho de Administração da Gerdau e da Câmara de Gestão criada pelo governo federal, Jorge Gerdau, lembrou os gestores públicos presentes que a gestão eficiente da máquina pública é um fator decisivo para a conquista de um maior "Ibope" junto ao eleitorado. O empresário citou como exemplos de sucesso as administrações do governador de Pernambuco, Eduardo Campos (PSB), e do próprio Aécio em Minas. Ambos são cotados para disputar a eleição presidencial de 2014. Nesse momento, uma parte da plateia aplaudiu Aécio Neves. "Eu não pedi as palmas", brincou Gerdau. Em resposta, Aécio depois chamou Gerdau de "guru" e lembrou do esforço do empresário para ajudá-lo em seu governo.

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