quinta-feira, 10 de janeiro de 2013

Os gigolôs da história, por Sebastião Nery



A Opinião de Sebastião Nery
Gigolôs da história

• Os gigolôs da História em todos os tempos são iguais. Hitler matou
milhões porque achava que a Alemanha era ele e só ele poderia falar
por ela. Mussolini prendeu Silvio Pellico, Antonio Gramsci, todo o
Partido Socialista Italiano, porque queria que a Itália só falasse
pela sua boca. Stalin cortou Leon Trotski da foto de 1917 para ficar
sozinho com Lenin.
No “Estado de S. Paulo”, um embusteiro, Eugenio Bucci, empregado de
Lula e do PT, vomitou em cima da História:
1.-“O PT é um dos construtores, senão o principal, do Estado de
Direito que hoje vivemos aqui. A começar pela derrubada da ditadura”.
2.-. “Foram as greves do Sindicato dos Metalúrgicos de São Bernardo do
Campo, lideradas por Lula, que puseram contra a parede o aparato
repressivo do regime militar, forçando o recuo definitivo.”
3. – “A campanha pelas Diretas-Já, que levou milhões às ruas em 1984,
tinha José Dirceu na organização logística de todo o movimento”.
• ULYSSES - O economista, professor, três vezes deputado federal pelo
MDB e PMDB do Paraná e ex-dirigente nacional do partido, Hélio Duque,
não resistiu à fraude. Escreveu uma resposta que teve a maior
repercussão:

1.-“As três afirmações são mistificadoras, onde os verdadeiros
personagens da luta para redemocratizar o Brasil são executados sem
nenhuma piedade. A ampla frente democrática reuniu no MDB a sua
fundamental estrutura. Prisões, perseguições, cassações, exílios e
mortes, ao longo de década e meia, marcaram a vida dos seus
militantes”.

2. - “Líderes na Câmara como Mário Covas (1969) e Alencar Furtado
(1977) foram sumariamente cassados pelo Ato Institucional nº 5.
Parlamentares como Márcio Moreira Alves, Lisâneas Maciel, Hermano
Alves, tantos outros, para sobreviver buscaram o exílio. O saudoso
Ulysses, a cada revés reagia:“O MDB é como clara,quanto mais batem
mais cresce”

3. – “Em 1970, a criação, pelo valente Francisco Pinto, do grupo dos
“Autênticos”, levou ao enfrentamento direto com a ditadura. Em 1974, o
MDB elegeu 16 senadores e mais de 180 deputados federais. O grito de
liberdade, que estava preso na garganta, se manifestava pela via
eleitoral. O governo Geisel, após patrocinar centenas de prisões,
entendeu o recado das urnas e anunciou a transição “lenta e segura”.
No final do seu governo revogou o draconiano Ato Institucional nº 5.
Chico Buarque e Gil, na música “Cálice”, proclamavam: “De tão gorda a
porca já não anda/ de tão usada a faca já não corta”. O
enfraquecimento da ditadura era real”.

LULA
• 4. – “Em 1979, o Congresso Nacional aprovou a Anistia e restabeleceu
as eleições diretas para os Estados. Afirmar que as greves, lideradas
por Lula, é que forçaram o recuo definitivo é ficção da pior espécie.
O PT só foi criado em 1980, quando a marcha para a redemocratização
já era um fato. Afirmar ser o PT o principal responsável pelo Estado
de Direito chega a ser risível. Em 1982, o MDB elegeu os governadores
Franco Montoro, São Paulo; Tancredo Neves, Minas; José Richa, Paraná;
Gerson Camata, Espírito Santo; Iris Rezende, Goiás; Jader Barbalho,
Pará; Gilberto Mestrinho; Amazonas. E o PDT Leonel Brizola”.

5. – “Em 1984, quando as Diretas seriam votadas no Congresso, teve
início a extraordinária mobilização da sociedade brasileira. Aqueles
governadores eleitos pela oposição assumiram a linha de frente.
O primeiro grande comício foi em Curitiba em janeiro de 1984. Logo
depois, São Paulo e Rio de Janeiro levaram às ruas milhões de
brasileiros. O PT havia eleito em todo o Brasil, seis parlamentares,
liderados pelo extraordinário deputado Airton Soares, que tanta falta
faz à vida política brasileira e foi expulso do PT por votar em
Tancredo Neves no colégio eleitoral”.

• DIRCEU - 6. – “Diz Bucci que “a campanha das Diretas-Já teve José
Dirceu na organização logística de todo o movimento”. Parlamentar,
vice-líder e dirigente do PMDB, atesto a falsidade da afirmação.
Ulysses Guimarães foi o principal condutor daquela epopeia histórica,
sendo chamado pelo povo de “Senhor Diretas”, tendo em Montoro,
Tancredo, Richa e Brizola, lideranças responsáveis pelo êxito
mobilizador dos milhões de brasileiros”.
A História não é escrita por farsantes.


Sebastião Nery é jornalista,
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